FIFA insiste: não vão ser usadas tecnologias no futebol

Joseph Blatter voltou a rejeitar a introdução de tecnologias de apoio aos árbitros de futebol. Nem os apelos dos fãs ingleses conseguiram convencer o presidente da FIFA.



Face às reações geradas pelo já célebre golo-que-não-foi-golo da Inglaterra contra a Alemanha no Mundial de 2010, Blatter reiterou, no site da FIFA a vontade de manter o futebol uma atividade humana, que é decidida por humanos: "Este jogo tem de ser jogado da mesma forma, independentemente do local do mundo. A simplicidade e a universalidade do jogo é uma das principais razões do seu sucesso. Seja qual for a tecnologia aplicada, no final será sempre um humano que decide. Sendo assim, por que haveremos de tirar a responsabilidade ao árbitro e dá-la a outra entidade?".

Com esta posição, o futebol va continuar numa linha contrária à da maioria dos desportos mais populares do mundo, que adotaram as tecnologias para a tomada de decisões mais justas.

As tecnologias usadas variam consoante o desporto: no ténis e no críquete são usados sistemas de infravermelhos para a localização da bola e, no râguebi, basquete e futebol americano, Fórmula 1 e em várias modalidades olímpicas já se banalizou o uso de repetições de vídeo para decidir sobre casos mais duvidosos.

No futebol, as opiniões dividem-se - até entre jogadores da seleção alemã, que beneficiou, na última partida com a Inglaterra, do "tal" golo que não foi validado pelo árbitro.

Em declarações reproduzidas pela Reuters, Sami Khedira, jogador da equipa germânica, diz que "as coisas estão bem como estão, porque a longo prazo estes erros acabam por equilibrar os resultados (entre as equipas). Faz parte do jogo e da emoção".

Miroslav Klose, um dos principais culpados do "atropelamento" da defesa inglesa durante a partida dos oitavos de final do mundial, tem uma visão diferente, talvez por ser ponta-de-lança e não gostar de ver golos não validados: "Se existem tecnologias, elas devem ser usadas. Não estou a falar dos vídeos na TV. Refiro-me ao chip nas bolas ou às câmaras nas linhas de golo. Já se vê destas coisas no ténis e nos outros desportos, por que não no futebol?".

Uma questão que só Josep Blatter poderá responder.


Fonte: Exame Informática